Categorias
Romance

“Eu enjoo das pessoas…”

Eu não vou perder tempo falando meu nome, porque vai ser um nome fictício, uma vez que quero preservar minha identidade. Mas podem me chamar de Max. Sempre achei Max um nome bacana. Enfim. Meu nome é – suponhamos – Max, e eu enjôo das pessoas. Todo mundo já ouviu falar nisso, em gente que enjoa das pessoas, mas ninguém admite. Até dez minutos atrás eu também não admitia. Por isso estou aqui, pra desmitificar isso, e pra tentar mostrar que quem sofre disso não é nenhum monstro sem coração, como eu não o sou.

Pra começar quero esclarecer alguns pontos: não vou dizer minha profissão para continuar anônimo, mas já adiando que não odeio meu trabalho, não tenho frustrações profissionais para descontar em ninguém. Muito pelo contrário. E nem “uso” as pessoas e depois enjôo. Vou começar do começo. Eu sou um sujeito muito intenso, romântico e carinhoso. Um cara quase normal. No começo da minha vida amorosa, essa “intensidade” durava por muito tempo, praticamente durante todo o tempo dos nossos relacionamentos. Com o tempo, pela primeira vez “o amor acabou”, e terminei um relacionamento. O meu segundo. Depois de um ano e pouco. A partir daí, terminei os outros três depois desse, cada vez com menos tempo. Sempre achando que o amor acabou, o que há de se fazer?

Caminhando sozinho
“A estrada continua e eu sigo sozinho, as vezes…”

Mas deixem eu me defender: eu não enjôo simplesmente. O que acontece é que a convivência com os defeitos da pessoa vão “minando” o que eu sinto, até que um dia eu não amo mais, logo, não há mais como suportar aquele relacionamento. Ouvindo parece horrível, mas não é voluntário. E antes que me apedrejem, é claro que eu tenho defeitos – muitos, até. Mas eu não controlo isso. Pequenas coisas vão virando uma bomba atômica. E isso afeta tudo: o tesão acaba, o amor acaba, até o carinho vai diminuindo.

Mas por que eu estou falando isso? Não sei. Na verdade pra que pessoas como eu assumam este problema e ou procurem ajuda ou tentem resolver sozinhos. Para a gente é simples, entre aspas. Mas as pessoas se magoam. As pessoas, ao contrário de mim, não deixaram de amar. E para elas não é tão simples deixar de amar. E o que resta a nós? Tentar encontrar alguém de quem nós não enjoemos e arriscar a felicidade dessa pessoa? Tentar ajustar durante o relacionamento? Sinceramente, não sei.

Eu só tive um relacionamento que eu não enjoei, mas terminei porque ela era ciumenta. Grande coisa, como se eu não fosse. E hoje me arrependo redondamente disso. Hoje vejo que ela era uma namorada ótima, atenciosa, fiel, carinhosa, companheira. Tinha tudo o que eu queria em uma namorada. Mas de que isso adianta se a única coisa que a minha imbecilidade me permitia ver era que ela era ciumenta? Espero que ainda haja tempo de remediar isso, e espero que você, que também sofre disso, tente mudar. Evita magoar as pessoas e evita que você fique que nem um idiota arrependido choramingando na sala da sua analista. E nem adianta dar em cima dela porque ela é gostosa, provavelmente você vai enjoar dela também se não se cuidar. É isso. Abraços e respostas são bem-vindos.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *